Shoah Memorial - Paris, exposição: Música nos campos de prisioneiros, concentração e extermÃnio nazistas
A música ressoava diariamente nos campos de concentração e centros de extermÃnio nazistas. Por que tanta presença musical em espaços onde as liberdades mais fundamentais foram violadas? O principal uso da música, ainda pouco conhecida, foi iniciado pelas autoridades do campo em 1933: era a música “forçada”, tocada pela orquestras de prisioneiros.
Mieczysław Kościelniak, Retorno do trabalho, campo de Auschwitz-Birkenau. Reprodução, Museu Estadual de Auschwitz-Birkenau.
O artista e combatente da resistência Mieczysław Kościelniak foi aprisionado em Auschwitz em 1941. Durante sua detenção, produziu obras encomendadas pelas SS e mais de 300 desenhos clandestinos. Após a guerra, ele dedicou um ciclo inteiro à sua experiência nos campos de concentração.
Nos espaços exteriores dos campos a música era essencialmente obrigatória e especÃfica da lógica militar das SS. Por outro lado, a música nos espaços interiores dedicados aos presos seria na maioria das vezes tocada de forma espontânea, vivenciada como resistência espiritual.
Ao lado das orquestras oficiais, foram criados diversos pequenos conjuntos instrumentais para essas atividades, bem como coros. Os repertórios eram variados: canções polÃticas, patrióticas, religiosas, ou canções cujas letras denunciam as condições de sobrevivência ou a brutalidade nos campos.