Se as igrejas góticas me causam encantamento, imagine uma igreja gótica em ruínas !?
Esse local é um dos lugares mais encantadores, na minha humilde opinião, na cidade de Lisboa.
Localizada na parte alta da cidade, é possível avistar suas impressionantes ogivas de muitos locais.
Imagino a opulência e grandiosidade dessa obra em seus dias áureos, ou melhor dizendo, nos dias anteriores a sua destruição pelo terremoto de 1755.
Nave da Igreja e as ruínas dos arcos ogivais
O Terrível Terremoto de 1755
Ao visitar Lisboa e a maior parte das cidades portuguesas há menção a ele por todos os lados. A história de Portugal divide-se em antes e depois do terrível terramoto (como dizem os portugueses) de 1755. O epicentro foi próximo ao Algarve, mais a sul, mas o abalo foi sentido em todo a Península Ibérica, chegando até à Itália.
O terremoto ocorreu no dia 1˚ de novembro, Dia de Todos os Santos, pela manhã. A grande religiosidade do povo lisboeta levou milhares de pessoas à missa. Muitas pessoas estavam rezando nas muitas igrejas da capital, mais de vinte desabaram, o que aumentou o número de mortos por soterramento. As velas das casas e igrejas provocaram um enorme incêndio que rapidamente se espalhou pelas ruelas medievais.
Aproximadamente às 11:00 horas gigantes vindas do Tejo invadiram a parte Baixa. Seria o fim dos tempos?
Certamente todos os que viveram esse momento pensaram que sim...
Estima-se cerca de 15 mil mortos. Foi a primeira grande tragédia amplamente documentada, atraindo atenção e ajuda dos demais países europeus e das colônias, o que garantiu a reconstrução da capital e alimento aos famintos e desabrigados.
A Igreja do Carmo
Construída no século XIV (1389) por um homem muito importante no contexto lisboeta da época: Nuno Álvares Pereira. No alto de uma das colinas que circulam a cidade, a igreja rivalizava em beleza e importância com a Sé de Lisboa.
A Igreja do Carmo já estava vazia às 9:30 da manhã daquele fatídico dia, o que evitou mais mortos, certamente. Mas não resistiu aos abalos e grandes partes do edifício desabaram, sendo ainda muito danificada pelo incêndio que se sucedeu.
Houve uma tentativa de reconstrução, ainda no século XVIII, mas após a extinção das ordens religiosas em Portugal, as obras pararam.
Com o romantismo característico do século XIX e a visão romântica das ruínas medievais, decidiu-se mantê-la como estava. As ruínas encantavam e continuam a encantar...
A Igreja do Carmo já estava vazia às 9:30 da manhã daquele fatídico dia, o que evitou mais mortos, certamente. Mas não resistiu aos abalos e grandes partes do edifício desabaram, sendo ainda muito danificada pelo incêndio que se sucedeu.
Houve uma tentativa de reconstrução, ainda no século XVIII, mas após a extinção das ordens religiosas em Portugal, as obras pararam.
Com o romantismo característico do século XIX e a visão romântica das ruínas medievais, decidiu-se mantê-la como estava. As ruínas encantavam e continuam a encantar...
Um sarcófogo em uma das capelas laterais.
Museu do Carmo
Além das ruínas, o local abriga um pequeno museu, o Museu Arqueológico do Carmo, localizado na Capela Mor da antiga igreja, parte que o teto não desabou.
Esforço conjunto de um grupo de arqueólogos no final do século XIX, preocupados com as consequências do fim das ordens religiosas para o acervo de arte e arqueologia do país.
Aqui estão reunidos objetos que abrangem a história de Portugal desde a ocupação das primeiras comunidades, no período Neolítico, até obras de arte de artistas contemporâneos.
Esforço conjunto de um grupo de arqueólogos no final do século XIX, preocupados com as consequências do fim das ordens religiosas para o acervo de arte e arqueologia do país.
Aqui estão reunidos objetos que abrangem a história de Portugal desde a ocupação das primeiras comunidades, no período Neolítico, até obras de arte de artistas contemporâneos.
"O Togado"
Estátuta de homem togado produzida durante a época de ocupação romana - de proveniência desconhecida, foi colocada na foz do Douro no século XVI, servindo para indicar o local de entrada dos navios no cais, evitando naugráfios.
A estátua, em algum momento da época moderna, caiu no rio, só sendo recuperada no século XIX, quando ficou, por um tempo, exposta na praia até ser adquirida e trazida para o acervo do Museu do Carmo.
Para Saber mais:
Túmulo do rei D. Fernando I
Detalhe do Túmulo do Rei D.Fernando I
Oficina desconhecida - Convento de São Francisco de Santarém - Século XIV (1382) Restaurado em 2001/2002 por Statua. Apresenta cenas dos milagres de São Francisco de Assis além de seres fantásticos que misturam-se à representações do sagrado.
Santa Catarina de Alexandria - Oficina de Coimbra - segunda metade do século XV
Objetos/Obras organizadas de forma cronológica, compreendendo períodos históricos desde a ocupação romana até a ocupação islâmica. São objetos de grande valor arqueológico que demonstram a transição entre os valores culturais romanos e, posteriormente, islâmico no território português.
Entre os pilares da igreja gótica, uma intervenção artística para homenagear a Revolução dos Cravos, em 25 de abril 1974.
Para saber mais: http://www.museuarqueologicodocarmo.pt/
Largo do Carmo aberto das 10:00 às 19:00