Aqui só tem História

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quarta-feira, 23 de outubro de 2024

Museu Afro-Brasil Emanoel Araújo em São Paulo

O Museu Afro-Brasil, no Ibirapuera, em São Paulo, apresenta a população afro-brasileira a partir da ótica da igualdade e do pertencimento


Ali, por meio da valorização da diversidade étnica dos povos africanos do passado e de suas estratégias de resistência à escravidão, as obras expostas demonstram como os afro-brasileiros se tornaram formadores fundamentais da nossa população e cultura.


Povos africanos e obras representados no Museu-Afro Brasil



África: diversidade e permanências


Representações dos poderosos reinos africanos e a enorme diversidade étnica na África e na América ao longo de centenas de são os principais assuntos abordados por esse espaço expositivo.

Esculturas, Kifouli Doussou (1978), Benim




Bastões de Moçambique, madeira e fita, sem data. Reprodução da obra de Johann Moritz Rugendas, Festa de Nossa Senhora do Rosário, padroeira dos negros, 1835. 


História e Memória

Por séculos, foi negado aos afro-brasileiros o direito à memória e ao passado, inclusive embranquecendo negros e mulatos por seus feitos. Resgatar a identidade, relevância e história de figuras negras é o principal objetivo dessa exposição.

Raphael Galvez A morte do Zumbi (1940)


Madalena Schwartz Retratos - de cima para baixo: 
- Solano Trindade: poeta pernambucano, folclorista, pintor, ator, teatrólogo e cineasta, 1969. 
- Abdias Nascimento: ator, diretor, dramaturgo, ativista social e fundador do teatro experimental negro, 1951. 
- Octávio Araújo: pintor paulista, gravador, desenhista e ilustrador, 1975
- Pelé: jogador de futebol, 1982. 


Madalena Schwartz Retratos - de cima para baixo:
- Clementina de Jesus: sambista carioca, 1978. 
- Aizita Nascimento: atriz e modelo carioca, 1975. 
- Marina Montoni: atriz e modelo carioca. 
- Ruth de Souza: atriz carioca, 1983. 



Soldados afro-brasileiros em diversos conflitos ao longo da história do país



Busto do soldado, sem data

Montagem - capa da Revista Ilustrada comemorativa à abolição da escravidão, maio de 1888. Fotografia da Princesa Isabel, governante regente do Brasil, luvas que pertenceram à princesa e escultura que a representa em madeira. 


Jornalista abolicionista José do Patrocínio - documentos de alforria e testamento, 1879


"Bom Jesus Conselheiro, o mais famoso chefe carismático do Brasil, surge sempre vestido num surrado camisolão azul, barbas e cabelos compridos, magríssimo, alimentando-se muito pouco, o 'Santo Conselheiro' gostava, todavia, de pregar aos sertanejos nordestinos, indicando-lhes, nos conselhos que dava, o caminho da saIvação, combatendo o regime republicano, apontado como criação do demônio..."

José Calasans (Museu Afro) 


Trabalho e escravidão

O trabalhador africano foi essencial em todos os ciclos econômicos da colônia - nos espaços urbanos ou rurais e, posteriormente, da nação, gerando riquezas e contribuindo com a qualificação em trabalhos especializados.
Na maior parte dos 500 anos da presença desses grupos na América portuguesa, no Império e República, esses trabalhadores foram alvo de violência, preconceito e crueldade.




Punição com palmatória, 1860-1865. 

Ama de leite com criança, século XIX

Mãe Preta, obra em bronze. Júlio Guerra


Pães de Açúcar, forma utilizada para cristalizar o melaço.  


Diversas formas de trabalho realizado pelos africanos ao longo do período colonial


Nesse espaço existem diversas ferramentas utilizadas pelos afro-brasileiros para realizar os mais diversos tipos de trabalho especializado na colônia. 

Porta de oficina de ferreiro





Barbeiros ambulantes (título da obra do artista francês Jean Baptiste Debret - reproduzida acima) eram escravizados de ganho que circulavam pelas cidades, principalmente pela capital Rio de Janeiro, e ofereciam seus serviços de cabelereiro, barbeiro e sangrador - colocavam sanguessugas atrás dos ouvidos, dos olhos ou no peito das pessoas para tirar o sangue "ruim" e curar o doente. 

Réplica de navio negreiro ou tumbeiro - transporte dos escravizados

Montagem utilizando a obra de Rugendas, Navio Negreiro



O Sagrado e o Profano


O cristianismo foi imposto aos africanos escravizados e tornou-se, ao longo dos séculos, espaço de sincretismo e preservação da cultura africana.
Sagrado é ligado ao divino e seus símbolos e desperta o respeito daqueles que acreditam nesse simbolismo. Já o profano é oposto. 
Nos trezentos anos em que o território que hoje é o Brasil foi colônia de Portugal, as obras de arte eram exclusivamente religiosas e os artistas aprendiam seus ofícios em corporações de ofício com mestres artesãos. Como, em geral, a sociedade colonial via o trabalho manual como um trabalho inferior, escultores, douradores, pintores, talhadores, carpinteiros, eram africanos ou mestiços, como Aleijadinho, grande artista mineiro do barroco. 





Artes Plásticas: a Mão Afro-Brasileira








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Referências

Núcleo de educação do Museu AfroBrasil. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2007.