A Revolução Industrial trouxe uma nova realidade para a política e a economia mundial, ressurgiam as políticas de exploração colonial iniciadas pelos Estados Modernos no século XVI. No final do século XIX, dois terços do mundo estavam sob o controle das potências industrializadas europeias. Na alegoria abaixo, o escritor francês ironiza a situação:
“ Chegado a uma vasta praça, viu o pórtico de um palácio em estilo clássico. Enquanto, parado, ele o admirava com a cabeça tombada para trás, foi abordado por um homem de aparência modesta que lhe disse em pingüim:
- Vejo pelo seu traje que o senhor é da Pinguínia. Conheço a vossa língua sou interprete juramentado. Esse palácio é o Parlamento. Nesse instante, os deputados estão a deliberar. Gostaria de assistir à sessão?
Introduzidos em uma galeria, o doutor percorreu com os olhos a multidão de legisladores (...) O presidente levantou-se e balbuciou antes que articulou, em meio à desatenção geral, as Formulas seguintes, que o intérprete ia traduzindo para o doutor:
- Estando terminada a guerra pela abertura dos mercados mongóis a contento do Estado, proponho que as contas sejam submetidas à comissão de finanças...
- Nenhuma objeção?
- Proposta aprovada.
- Estando terminada a guerra pela abertura dos mercados Terceira Zelândia a contento do Estado, proponho que as contas sejam submetidas à comissão de finanças...
- Nenhuma objeção?
- Proposta aprovada
- Terei entendido bem? – perguntou o professor Obnubile. – O quê! Vós, uma nação industrial, engajada em todas essas guerras!
- Claro – respondeu o intérprete. – São guerras industriais. Os povos que não tem comércio nem indústrias não tem que fazer a guerra; mas um povo de negócios é obrigado a uma política de conquistas. O numero de nossas guerras aumenta necessariamente com a nossa atividade produtora. A partir do momento em que uma indústria não consegue escoar seus produtos, é preciso uma guerra que lhe abra novos mercados. Assim é que tivemos este ano uma guerra do carvão, uma guerra do cobre e uma guerra do algodão. Na Terceira Zelândia, exterminamos dois terços da população para obrigar os restantes a comprar guarda-chuvas e suspensórios.
Nesse instante, um homem corpulento que estivera sentado no centro da assembleia subiu à tribuna:
- Requeiro – disse ele – uma guerra contra o governo da República da Esmeralda que disputa insolentemente com os nossos porcos a hegemonia dos presuntos e salsichas em todos os mercados do mundo.
- Quem é aquele legislador? – perguntou o doutor Obnubile.
- É um negociante de porcos.
- Não há contestação? – perguntou o presidente? – Ponho a proposta em votação.
A guerra contra a República da Esmeralda foi votada com mãos levantadas por esmagadora maioria.
- Como? – disse Obnubile ao intérprete – Os senhores votam uma guerra com tanta rapidez e indiferença?
- Ora, é uma guerra sem importância, que não custará mais de oito milhões de dólares.
- E homens...”
Visões do imperialismo pelo escritor francês Anatole France no livro: A ilha dos Pinguins (1907) citação páginas 136-137
O Homem branco europeu do século XIX se concedeu a "missão" de civilizar a África e a Ásia, essa atitude levou à desarticulação das sociedades asiáticas e africanas e a submissão ao poder imperialista europeu, na foto ao lado, vemos um francês usufruindo do poder civilizador ocidental na Indonésia.
2) Diferencie o colonialismo moderno e o neocolonialismo do século XIX.
2)Quais foram os interesses econômicos que provocaram a corrida colonial entre as potências europeias?
3) Quais argumentos político-culturais foram utilizados para defender o imperialismo?
4) Relacione o texto e a segunda imagem.
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