Aqui só tem História

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terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

O Castelo de Almourol

Antes de começar com o texto, escolho começar pela imagem... 


Almourol povoou meus devaneios de historiadora desde quando era uma estudante de graduação. 
Castelos fazem parte do nosso imaginário desde sempre, e era esse que fazia parte do meu, por isso, ao decidirmos por Lisboa como destino, Almourol tornava-se parte obrigatória do roteiro. 

O Castelo


O castelo medieval foi construído sobre antigas edificações romanas, que excelentes construtores e estrategistas, aproveitaram-se da excelente localização do ilhéu. O Tejo, desde sempre, representava a mais importante rota de ligação entre Lisboa e o interior do território, daí a importância da manutenção das defesas, garantindo as posses cristãs na região.  
Almourol é uma das mais importantes construções militares de Portugal. Erguido pelos Cavaleiros Templários, a mando de seu Grão-Mestre Gualdim Pais, no auge da luta com os islâmicos, no século XII (1171) e representava a defesa da região contra as ameaças que pudessem vir do rio acima, ou do Além Tejo. 
Os torreões, dez no total, mantém a forma original, tendo apenas as ameias sido reparadas no século XIX.  Acredita-se que tenha sido habitado até meados de 1600. 



Mapa - Rota Templária em Portugal



A-13 saindo de Lisboa, sentido Coimbra- saída IC 3 - Vila Nova da Barquinha
Aproximadamente 1 hora de viagem - com pedágios 



Vila Nova da Barquinha

Vila Nova da Barquinha - a cidade já foi um importante porto comercial, responsável pelo escoamento dos produtos vindos do interior, no entanto, com a chegada das ferrovias, viu sua importância diminuir. Hoje o porto oferece recursos recreativos, principalmente ligado ao acesso ao castelo. 

                                     
Cais d'el Rey

                                             
Ao longe, no meio do ilhéu, o Castelo de Almourol


                                   




                                

Alambor 


Rampas no interior das muralhas para reforça-las, aumentando-lhes a espessura, mantendo máquinas de assalto e ricochetes de projéteis à distância. 
Essa técnica de arquitetura militar foi introduzida em Portugal pelos cavaleiros templários.      

                                 



                                           


Entrada no Castelo 


Como não pegamos a "barquinha" e atravessamos a pé, não compramos o ingresso previamente. O valor é de 2.5 euros por pessoa. 

                                
Sobre a porta principal encontra-se essa placa com informações referentes à construção do castelo (1171)
                                         

                                          
Inscrições em latim atestam a presença dos romanos nesse local de fortaleza natural. 

Grão Mestre Gualdim


Em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo. Era de 1209 (1209 da era de César, 1171 na era de Cristo). O mestre Gualdim, nobre, sem dúvida, por ascendência, natural de Braga, viveu no tempo de Afonso, ilustríssimo rei de Portugal, filho do conde D. Henrique e da rainha Teresa. Abandonando a milícia secular em breve brilhou com a estrela d 'alva. Com efeito demandou Jerusalém como soldado da Ordem do Templo e aí, durante cinco anos não passou vida ociosa, porquanto com seu mestre e confrades combateu em muitos recontros contra o rei do Egito e da Síria. Depois da conquista de Ascalona, dirigindo-se daí rapidamente a Antioquia, pelejou contra as forças do sultão  (o Grão Turco). Porém, depois de cinco anos, voltou para junto do rei que o havia educado e o tinha feito cavaleiro. Eleito procurador da ordem do Templo, em Portugal, construiu os seguintes castelos: Pombal, Tomar, Zêzre, Cardiga e Almourol. 

                                           
                      

Zona Habitacional 



                              


                               

Almourol era composto por um farol, um contingente militar e uma povoação permanente. 
Vestígios demonstram que essa área habitacional ficava próxima ao porto. Além disso, nesse espaço existia uma capela, consagrada a Santa Maria de Almourol, que hoje não existem mais nenhum vestígio. 
Apesar disso, arqueólogos e historiadores desconhecem como ocorria o abastecimento de água na fortaleza, não há cisternas, apenas um poço. 
                                    

                                     

Torre de Menagem 

                                          

A torre de menagem em Almourol tem cerca de 20 metros de altura, três pisos e um terraço. 
Toda a construção apresenta  duplo parapeito, cujos muros são coroados por ameias, o que permitia a defesa simultânea do exterior e do interior da fortaleza, favorecendo o tiro flanqueado. 

                                    

                           



Lendas


Assim como todos os locais que um dia abrigaram a Ordem do Templo, Almourol também encontra-se envolto em lendas, mistérios e histórias de tesouros escondidos. 
A complexa rede de túneis  (o maior com 12 km de extensão, ligando-a a Vila Velha da Atalaia) que ligava a fortaleza a outros castelos da região faziam com que o povo que ali vivia criassem contos e lendas. 


O Gigante Almourol 
Senhor e guardião do castelo, nele acolheu as princesas Polinarda e Miraguarda, as quais o famoso cavaleiro Palmerim da Inglaterra tentou em vão raptar, tendo ficado muito maltratado no duelo com o gigante. Outro gigante, Dramusiando, enciumado, viria combatê-lo, vencendo-o e conservando as princesas sob a sua tutela.
                                                   
As princesas e Palmerim da Inglaterra 

Lenda de D. Ramiro 
Nobre godo que recolheu no castelo um jovem mouro, o qual para se vingar do assassinato da mãe e da irmã por cristãos, envenenou a esposa e seduziu D. Beatriz, filha do cavaleiro. A tradição popular assegura que o jovem mouro e a donzela aparecem toda noite de São João, na torre mais alta do castelo, renovando a maldição que só terá fim no dia do juízo final. 

                                 
                               
                                  

                                   

                                   
Ruínas do Convento de Loreto, margem direita do Tejo, em frente a Almourol

Souvenir


No local da antiga capela, loja de lembranças. 

                                       
   
                                      



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