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quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

Natural History Museum e a Evolução Humana


O processo evolutivo

Como os humanos evoluíram é um imenso quebra-cabeça com milhares de peças fósseis. Novas descobertas de fósseis e técnicas aprimoradas de análise de DNA estão ajudando a iluminar a história de nossas origens.


Os detalhes estão enterrados dentro de uma complexa árvore genealógica, que remontam a sete milhões de anos. Ao longo desse tempo, o clima mudou drasticamente. Pesadas camadas de gelo e mudanças nos níveis do mar transformaram o mundo. E muitas espécies humanas diferentes surgiram e desapareceram.

Nós, Homo sapiens, somos a única espécie humana restante. Com sete bilhões de nós no planeta, ainda evoluindo diante de um clima em mudança, quem sabe onde nossa história vai acabar.


O primeiro espécime de Australopithecus africanus encontrado foi o crânio naturalmente preservado de uma criança, em 1924. Desde então, os cientistas encontraram exemplos de muitas partes do esqueleto do Australopithecus africanus e, ao juntar as informações, concluíram que esses hominídeos de cérebro pequeno podiam andar eretos e eram escaladores habilidosos.

O crânio desta criança pode ser comparado a exemplos adultos para lançar luz sobre como esses hominídeos teriam crescido. 


Nós, Homo sapiens, somos a única espécie humana restante. Com sete bilhões de nós no planeta, ainda evoluindo diante de um clima em mudança, quem sabe onde nossa história vai acabar.


Dentes que contam histórias 


Como são feitos parcialmente de esmalte resistente, os dentes tendem a sobreviver ao longo do tempo notavelmente bem, retendo informações importantes sobre seus donos mortos há muito tempo. Ao analisar seu formato, desgaste, superfícies e a placa fossilizada que eles geralmente carregam, os cientistas podem revelar a espécie, idade, estado de saúde e dieta do dono.


Os hominídeos tendem a ter dentes caninos menores do que os outros mamíferos e a evolução de seus dentes foi influenciada pelo que comiam e, mais tarde, pelo uso de ferramentas e fogo.

Os humanos modernos


Os humanos modernos evoluíram na África há cerca de 200.000 anos. Cientistas calculam que houve então duas ondas de migração para fora da África, uma há cerca de 120.000 anos e outra há cerca de 60.000 anos. 
Para confirmar essa teoria, os cientistas rastrearam a ancestralidade de pessoas não africanas. Restos fósseis de nossos ancestrais ao redor do mundo e marcadores de DNA em pessoas vivas hoje sugerem que todos os não africanos são, em grande parte ou inteiramente, descendentes da segunda onda de migrantes. Provavelmente, os pioneiros da primeira onda morreram em algum lugar no Oriente Médio.

Embora não se saiba ao certo por que nossos ancestrais migraram,  há 13.000 anos nossa espécie estava estabelecida em regiões tão distantes quanto a Austrália e a América do Sul.

As pegadas humanas mais antigas da Europa


Em 2013, a erosão costeira expôs uma trilha preservada de pegadas, datando de cerca de 900.000 anos. Ela foi deixada por um pequeno grupo de humanos que andou ao longo dos bancos de lama de um estuário em Norfolk, leste da Inglaterra. 

A análise das pegadas sugere que o grupo era formado por crianças e adultos medindo cerca de 90 centímetros a 1,7 metros de altura.

Vale a pena assistir: The oldest human footprints in Europe | Natural History Museum



Como os cientistas analisam as evidências? 


Fósseis humanos antigos são, frequentemente, fragmentados, por isso, os cientistas desenvolveram técnicas para aproveitar ao máximo as evidências eles podem fornecer, como por exemplo, a análise de placas fossilizadas nos dentes para ajudar a determinar aspectos da dieta e da saúde desses indivíduos. 

Modelo do Homo sapiens por Kennis & Kennis Reconstructions. Baseado em humanos que viveram há cerca de 30.000 anos.


Já o escaneamento 3D possibilita reconstituir a forma física dos humanos antigos, inclusive simulando movimentos.  As técnicas de datação situam cada espécie no tempo, mas ainda assim, muitas lacunas em nosso conhecimento permanecem.

Homem adulto de Neanderthal Homo neanderthalensis, por Kennis & Kennis Reconstruções. 

Este homem de Neandertal é baseado em restos mortais de 40.000 anos encontrados em Spy, na Bélgica. Ele está nu para mostrar seu físico. Mas no clima frio da última glaciação, os Neandertais teriam que usar peles de animais para sobreviver.

A importância do estudo do DNA


O DNA dentro das nossas células codifica as informações necessárias para nos construir, como humanos. Analisar o DNA antigo de humanos extintos é uma maneira poderosa de entender quem eles eram e como eles se relacionam a nós.


A partir de fósseis encontrados, cientistas decodificaram o genoma do Neandertal, o conjunto completo de DNA com todos os genes. Comparando-os com o genoma humano moderno, identifica-se o DNA exclusivo de cada grupo. Os genes humanos modernos envolvidos com a função cerebral, o sistema nervoso e o desenvolvimento da linguagem se diferem dos neandertais, o que pode explicar por que eles morreram e nós sobrevivemos.


Grupos humanos modernos


Os primeiros humanos modernos, tanto homens quanto mulheres, eram mais altos e menos atarracados do que os neandertais, e, talvez, mais adequados para corridas de resistência do que para explosões curtas e poderosas de velocidade. 

Ornamentos pessoais, entalhes e esculturas encontrados em locais ao redor do mundo mostram como os humanos modernos usaram o mundo natural para fins criativos ou simbólicos. A crescente complexidade das ferramentas sugere redes sociais mais amplas e maior mobilidade.


1. Lançador de osso com veado esculpido no cabo Dordonha, França, entre 12.000 e 16.000 anos.

2. Conta feita de dente de veado vermelho. Cervus elaphus. Star Carr, North Yorkshire, Inglaterra, cerca de 11.000 anos. 

3. Pontas de flechas de pedra, provavelmente usadas para caça, Níger, entre 5.000 e 15.000 anos. 

4. Agulhas de osso Bruniquel, França, entre 14.000 e 18.000 anos.

5. Perneira de osso de alce, possivelmente usada para perfurar couro. Alces alces. Neschers, França, cerca de 14.000 anos. 

6. Ferramenta de chifre, possivelmente usada para caça. Aveline's Hole, Somerset, Inglaterra, com cerca de 12.000 anos. Original foi perdido ou destruído durante a Segunda Guerra Mundial.

7. Buril de pedra (cinzel), provavelmente usado para raspar peles El Mekta, perto de Gafsa, Tunísia, com cerca de 8.000 a 12.000 anos. 

8. Enxada feita com chifre de veado vermelho. Cervus elaphus. Star Carr, North Yorkshire, Inglaterra, cerca de 11.000 anos. 



Grupos humanos modernos na Grã-Bretanha


Ninguém vivia na Grã-Bretanha há 20.000 anos porque o território estava quase completamente coberto por gelo. Conforme o clima esquentava, há cerca de 14.700 anos, animais e plantas se desenvolveram. 

Há aproximadamente 12.000 anos, os humanos modernos passaram a ocupar o território vindos da Europa, viajando por uma ponte de terra que agora está submersa sob o Mar do Norte e o Canal da Mancha. Eles trouxeram consigo arte e habilidades de fabricação de ferramentas que os ajudaram a se adaptar e sobreviver em seu novo ambiente.


Cheddar Man


O Homem de Cheddar era descendente de uma população de caçadores-coletores que começou a se espalhar pela Europa Ocidental há cerca de 14.000 anos. Alguns deles se estabeleceram na Grã-Bretanha e representam os primeiros britânicos a habitar o Reino Unido continuamente até os dias atuais. Objetos encontrados em sítios arqueológicos mostram uma mudança da caça e coleta para a agricultura há cerca de 6.000 anos. Os cientistas queriam saber se a agricultura havia sido adotada pelos caçadores-coletores ou se um novo grupo de pessoas havia chegado à Grã-Bretanha, trazendo práticas agrícolas com eles. Ao analisar o DNA de vários esqueletos, incluindo o do Homem de Cheddar, os cientistas descobriram que as comunidades agrícolas eram uma nova população.


Modelo de cabeça de Cheddar da Kennis & Kennis Reconstructions

Este é o busto reconstruído do Homem de Cheddar tendo como base o formato de seu crânio e análise de DNA. Pesquisas realizadas pelos cientistas do Museu de História Natural revelaram que ele tinha olhos azuis e pigmentação de pele escura. O DNA também foi capaz de confirmar que tratava-se de um homem. 

Para saber mais: 


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